Périgord Negro: “Ainda guarda muitos tesouros”, em Domme, as escavações do Castelo do Roy revelam gradualmente os segredos do sítio

Pelo quinto ano consecutivo, um programa de escavações arqueológicas continua no Château du Roy, um sítio emblemático que antecedeu a cidade fortificada de Domme. Uma atualização sobre as descobertas recentes

O projeto está sendo realizado sob os auspícios do município e de diversos parceiros. Jean-Claude Cassagnole, prefeito de Domme (Dordonha), lembra que "o objetivo deste projeto é escrever uma parte da história de Domme que ainda é pouco conhecida e esclarecer sua datação".

O futuro do sítio arqueológico também será guiado pelos resultados desta pesquisa. De propriedade da prefeitura, o castelo, após a conclusão das escavações, será convertido para ser aberto à visitação: "É nosso dever transmitir nosso conhecimento; precisamos contar a história da vida deste lugar, há mais de mil anos", insiste o prefeito, que não deixou de elogiar o comprometimento dos voluntários, que trabalham sob um sol muitas vezes implacável.

Cada campanha de escavação revela objetos e vestígios notáveis ​​que nos permitem compreender melhor a evolução do sítio ao longo dos séculos, graças, em particular, ao estudo de materiais, juntas e até cimentos.

Laura Soulard, chefe das operações arqueológicas no sítio, explica que este ano foram abertas duas fossas de teste na plataforma do cume para determinar a extensão de uma construção desenterrada, que poderia ser uma capela ou uma residência senhorial.

"Descobrimos uma muralha muito bem construída, estendendo-se em frente à torre de menagem."

Uma segunda área, próxima à torre de menagem, também foi explorada para identificar um possível fosso, cujo traço negativo aparece na muralha. Esse fosso poderia datar de um período anterior ao século X. "Descobrimos uma muralha muito bem construída, projetando-se em frente à torre de menagem, provavelmente ligada a uma construção de proporções significativas e equipada com elementos defensivos, como sugere a base de uma seteira identificada um pouco mais adiante", explica ela.

As descobertas não se limitam às estruturas: um dedal de osso de veado, inúmeras cerâmicas, pregos de ferreiro, ferros de projéteis, pontas de flecha e até balas de mosquete testemunham a vida cotidiana, religiosa, militar e da corte que animava o castelo. Alguns objetos refletem até mesmo um estilo de vida de elite. A cota de malha descoberta há dois anos, uma bacia de liga de cobre, um anel e uma chave do século XIV foram restaurados e confiados às coleções do Museu Domme.

Claude Trinquant, presidente da Associação para a Preservação da Bastide de Domme e suas Muralhas (ASBDR), reiterou que sua associação está fornecendo apoio material e financeiro ao projeto. A prefeitura, a ASBDR e os arqueólogos esperam que as escavações continuem, embora isso dependa em grande parte de financiamento público futuro.

"É evidente que o município não conseguirá realizar este projeto sozinho", afirma Jean-Claude Cassagnole, ciente da importância desta pesquisa. "O sítio merece estudo contínuo, pois ainda guarda muitos tesouros", afirma. Laura Soulard, por sua vez, enfatiza que "cada campanha traz novas informações, essenciais para compartilhar este aspecto pouco conhecido da história local com o público e a comunidade científica".